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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Capítulo 4

A Valkyria estava parada em uma cratera de Titã. Poncho e George sincronizaram seus relógios prontos para iniciar o plano. Eles não sabiam exatamente para que isso, mas já que a coisa era pra valer...
Em suas mochilas havia todo tipo de coisa que compunha o inventário de soldados infiltrados durante a 2ª guerra mundial (pelo menos de acordo com jogos de estratégia de há muito tempo atrás): Maços de cigarro, corda, pás, alicate de arame, armadilha de urso, serra de laser versão mega-man, uniformes de cozinheiro e sonífero para cavalo.
O plano era encontrar um pedaço de cano de vácuo de transporte de lixo que estivesse desativado. Abrir esse cano com a serra de plástico. Seguir até a cozinha já dentro dos uniformes. Colocar o sonífero na comida. Despachar o Rurko adormecido em um cano de lixo para resgatá-lo depois já na cratera, após sair pela porta da frente com o desfarce de cozinheiros.
Os dois escalaram a borda da cratera em uma região onde a mineração de metano já fora abandonada. Os primeiros raios de sol já refletiam a imensidão dos anéis de saturno criando um jogo de luzes amarelas e brancas que bruxuleavam por uma reunião do Genesis. A atmosfera saturada de metano de Titã transformava tudo aquilo em uma experiência espectral tanto quando espiritual, e George e Poncho fizeram notas mentais de voltar ali em tempos mais calmos.
Tiraram as pás das mochilas e começaram a cavar até encontrar o cano. Para abri-lo usaram a serra de laser, (com belos e intrincados esquemas de espelhos e capacitores de fluxo que possibilitavam lasers a pilha, capazes de serrar árvores).
Após cortar um pedaço do cano e entortá-lo de modo que o lixo fosse desviado para a cratera, entraram nele rastejando e se desviando do lixo que já havia na cratera.
Dentro do cano, dois fachos de luz se encontram. George saca sua serra a laser e começa a choramingar enquanto Poncho, que estava atrás tenta voltar na malandragem. 
- E aí? - disse Rurko, meio sem jeito – O que você está fazendo aqui?
- O Poncho e eu viemos te buscar – George, guardando a serra a laser, aliviado.
- Poncho?
George olhou para trás e viu que seu amigo havia fugido.
- O Poncho é um frangão! - Rurko falou enquanto eles começavam a se arrastar de volta ao buraco aberto no cano.
Na borda da cratera não havia sinal de Poncho. Enquanto batiam a sujeira de seus trajes, George explicou o plano, terminado ao dizer:
- Era incrível, ao estilo commandos, mas você fugiu antes e estragou tudo.
Rurko respondeu com um sorriso melindroso e eles se dirigiram a nave.
Dentro dela encontraram Poncho largado em uma poltrona lendo uma hiperinteressante, sua revista favorita desde que era apenas super.
- E aí, galera? - disse Poncho num sobressalto
- Você fugiu – retrucou George, com um semblante de desgosto.
- Mas é a vida, cara... - Poncho, rapidamente mudando de assunto – e a sua fuga Rurko?
- Então...
Mas nesse momento soaram os alarmes da prisão e Rurko pulou na cadeira do piloto e ligou a nave para fugir. No impulso, George e Poncho foram arremessados ao fundo da nave, e nem perceberam o momento em que um míssil da polícia começou a se aproximar da nave um uma velocidade absurdamente apavorante.

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